Sunday, January 29, 2006

PFL com nova imagem?

Segundo me contaram, o PFL nacional colocou em prática no ano passado um projeto chamado "Novo PFL", destinado a dar nova cara e ressonância popular ao partido. O arquiteto de tudo seria o sociólogo pernambucano Antonio Lavareda, craque no desenvolvimento e análise de pesquisas. E fundamental nas campanhas de FHC em 1994 e 1998. Não sei o que o PFL de Bornhausen encomendou a Lavareda, tampouco o que o sociólogo está propondo. Mas ainda não dá pra ver o "Novo" no cenário. O PFL continua com a antiga conduta, especialmente no relacionamento com setores da sociedade civil. E o partido segue patinando especialmente nos grandes centros, o que tira a capacidade de assumir (sobretudo no cenário nacional) a condição de ator principal de uma corrida política como a eleição presidencial. Asssim, o "Novo" PFL continua como o antigo: desempenhando um papel importante mas complementar. É cortejado como aliado fundamental num projeto eleitoral de sucesso - e Serra aprendeu isto em 2002 e não quer repetir o erro em 2006 - mas falta fôlego para ser a locomotiva. E o projeto assinado por Lavareda não mudou este quadro.

Copiar a Globo, a receita de sempre

"Quem não tem talento para criar, que tenha coragem para copiar".
A frase, pelo que sei, é do comandante Rolim, seguida à risca na aviação (vide companhias de baixo custo). E também na televisão, especialmente na TV brasileira, mais precisamente nas emissoras que buscam enfrentar a Globo. Quem tem feito sucesso duradouro tem feito dentro da receita global criada ainda no final dos anos 60 por Walter Clarck e Joseph Wallace. Foi assim com SBT, tem sido assim com a Record, emissora que emula novelas e outros programas globais. Pois a Record hoje coloca no ar o seu próprio "Jornal Nacional". O modelo será todo no "Padrão Global" (inclusive no horário), onde o jornalismo vira espetáculo (e isso a Globo copiou bonitinho da TV norte-americana). Não é jornalismo. É shownalismo, com direito a casal de apresentadores e redação como cenário. E com matérias às vezes simplórias mas "emocionais"que têm o propósito de atingir de cheio o coração dos Hommer Simpsons que se estatelam frente à telinha. O termo Hommer, segundo a Folha, é usado nos bastidores pelo próprio William Bonner, editor do JN original, para identificar o alienado telespectador médio. Pois a Record assume o termo e o utiliza inclusive nas entrevistas "em on" dos seus diretores (ver http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u57272.shtml). Isso quer dizer apenas que a cópia pode ficar ainda mais superficial que o original. Porque o JN da Globo, pelo menos de vez em quando, apresenta umas reportagens especiais de respeito - coisa que nem mesmo os jornais impressos fazem mais há muito...

Feliz 2006, 2007, 2008

Estou de volta depois de longa parada. Mas nao era férias. Era trabalho demais. E desejo a todos muita saúde, paz, felicidades. E como este ano é ano de eleiçao, desejo a todas muita sabedoria na hora de escolher quem vai influir (e muito) sobre os destinos de todos nós nos próximos anos. Abraçao.