Sunday, January 29, 2006

Copiar a Globo, a receita de sempre

"Quem não tem talento para criar, que tenha coragem para copiar".
A frase, pelo que sei, é do comandante Rolim, seguida à risca na aviação (vide companhias de baixo custo). E também na televisão, especialmente na TV brasileira, mais precisamente nas emissoras que buscam enfrentar a Globo. Quem tem feito sucesso duradouro tem feito dentro da receita global criada ainda no final dos anos 60 por Walter Clarck e Joseph Wallace. Foi assim com SBT, tem sido assim com a Record, emissora que emula novelas e outros programas globais. Pois a Record hoje coloca no ar o seu próprio "Jornal Nacional". O modelo será todo no "Padrão Global" (inclusive no horário), onde o jornalismo vira espetáculo (e isso a Globo copiou bonitinho da TV norte-americana). Não é jornalismo. É shownalismo, com direito a casal de apresentadores e redação como cenário. E com matérias às vezes simplórias mas "emocionais"que têm o propósito de atingir de cheio o coração dos Hommer Simpsons que se estatelam frente à telinha. O termo Hommer, segundo a Folha, é usado nos bastidores pelo próprio William Bonner, editor do JN original, para identificar o alienado telespectador médio. Pois a Record assume o termo e o utiliza inclusive nas entrevistas "em on" dos seus diretores (ver http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u57272.shtml). Isso quer dizer apenas que a cópia pode ficar ainda mais superficial que o original. Porque o JN da Globo, pelo menos de vez em quando, apresenta umas reportagens especiais de respeito - coisa que nem mesmo os jornais impressos fazem mais há muito...

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