Sunday, February 19, 2006

Tempos de terror. Antes como agora

É o tipo de filme que resgata um tempo. E resgata um pedaço da história. E além de tudo nos permite ver o presente com uma clareza extraordinária. Pois bem, está em cartaz Boa Noite, e Boa Sorte, dirigido e estrelado por George Clooney. Resgata o terror dos tempos do senador McCarthy, quando uma nação inteira se viu aterrorizada por seu próprio governo. E quando a deduragem era motivo de condecoração. Nada muito longe dos tempos de Bush, de terror externo e interno, de todo tipo de agressão aos direitos elementares. Como o país aos poucos desperta e reclama desses tempos de ódio de hoje, o filme de Clooney ganha ressonância. Não por acaso, é "o nome" de Hollywood, como um sujeito que enxerga mais além das trevas. Mas não deve ganhar o Oscar de melhor filme - talvez seja demasiado para um país ainda dividido em meio ao neo-mccarthismo. Tende a levar a estatueta O Segredo de Brokeback Mountain, que além de bom é um filme que faz a indústria do cinema mostrar-se politicamente correta, respeitando os direitos de escolha individuais. Mesmo assim, Boa Noite, e Boa Sorte não perde em importância. Coloca o dedo na ferida americana. E coloca os pontos em alguns is.

Rolling Brasil

A imagem aí do lado saiu no El Pais on line, hoje, muito cedo. O El Pais, principal jornal espanhol, fala do concerto gigantesco dos Stones nas areias de Copacabana, superando o milhão de pessoas. E assim mesmo, com Jagger de camiseta com a bandeira do Brasil estampada. Uma delícia, especialmente para os que estão tão preocupados em mostrar boa imagem do nosso país tropical. Apenas um detalhe: a imprensa brasileira fala de "maior show da história". O El Pais (www.elpais.es) diz que o show foi extraordinário. Mas não superou feito de Rod Stewart (que teria realizado um show com 3,5 milhões de espectadores). Que seja!!! Vale a (nossa) bela festa.

Friday, February 17, 2006

Acaba a preliminar. Começa o jogo

PMDB fará uma prévia para decidir seu candidato à presidência. O PSDB trava sua disputa interna, embora tudo leve a crer que o nome será José Serra. O PT tem candiato desde sempre, o mesmo de sempre: Lula, agora na confortável posição de presidente em busca da reeleição. O quadro de candidatos efetivos (aqueles que disputam com chances) está se fechando. Isto quer dizer que a preliminar eleitoral está acabando e o jogo principal começa a ser jogado.
Isto não tem nada a ver com aquela história de que a campanha só começa depois do carnaval. As campanhas hoje são permanentes: Lula faz campanha desde o primeiro dia de governo, como fez FHC no seu primeiro mandato. O jogo começa a ser jogado pra valer porque neste mês de março ficarão definidos todos os jogadores que contam. E tudo indica que serão os mesmos de 2002, excluído Ciro Gomes, recolhido à condição de cabo-eleitoral de Lula - que além disso tenta se resguardar (e se credenciar) para 2010.
O presidente em busca da reeleição corre como favorito. E por dois motivos: 1) porque está na dianteira das pesquisas eleitoriais; 2) e porque está no poder - ter o poder faz muita diferença no cenário competitivo brasileiro. Mas nada está decidido. O jogo será pesado, com caneladas de todo tipo. E quem sobreviver à maré de baixaria prevista para este 2006, ganha quatro anos de mandato.